Como parte das iniciativas de celebração do Ano Inaciano (2021-2022), a Comunidade de Saúde e Bem-Estar São Luiz Gonzaga, em Fortaleza (CE), redigiu a 8ª Oração Quinzenal para este ano jubilar. A iniciativa tem como objetivo colocar todos em comunhão com a Companhia Universal. Confira a seguir!
Introdução – Tema: Destruição da Casa Comum. Procuremos tomar consciência de que somos rodeados pelo universo, com o qual estamos em comunhão. Sem acelerar ou desacelerar percebemos como o ar que respiramos entra e sai de nossos pulmões. Nesta percepção poderemos entrar em oração ao dizermos: “Meu Senhor” quando respiramos e “Bendito sejas” quando expiramos.
Todos – Que o Senhor nos conceda a graça de olharmos a criação com novos olhos para reconhecermos a presença de Deus em nosso meio; e nos reconhecermos como verdadeiros irmãos.
Comentário – Estamos celebrando o Ano Inaciano. Inácio de Loyola, com sua vida, quis nos conduzir ao conhecimento e ao amor, de tal maneira que o Senhor nos transforme e nos leve a amar e servir nossos irmãos. Ele nos convida nos Exercícios Espirituais, a “olhar como Deus habita em sua criação e nas criaturas; como continua dando vida às plantas e aos animais”; e aos homens dando a capacidade de amar e de compreender que somos imagem e semelhança de sua Divina Majestade.
Leitura – (Rm 8,16-23). O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo, contanto que soframos com Ele para que também com Ele sejamos glorificados. Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação foi sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou, todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção para participar da gloriosa liberdade de filhos de Deus. Sabemos que toda a criação geme e sofre, como que em dores de parto, até o presente dia. Não só ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito gememos em nós mesmos aguardando a adoção, a redenção de nosso corpo.
Todos – Que o Espírito Santo nos faça participantes desta esperança; e que a meta desta redenção reavive em nós o anseio pela libertação de toda a criação.
Reflexão – Papa Francisco (LS, 13-14). O urgente desafio de proteger nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem e devem mudar. O Criador não nos abandona em seu projeto de amor, nem nunca se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção de nossa Casa Comum (…) Merecem uma especial gratidão aqueles que lutam com coragem para resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança. Perguntam-se como é possível pretender construir um futuro melhor sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos. Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos porque o desafio ambiental que vivemos, com suas raízes humanas, dizem respeito e têm impacto sobre todos nós (…) Precisamos de uma nova solidariedade universal. Todos podemos colaborar como instrumentos de Deus nos cuidados da criação; cada um a partir de sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades.
Lado 1 – Devemos nos perguntar quais são os sinais de que a criação está gemendo e sofrendo como em dores de parto; e quais desses sinais nos impactam mais ao nosso coração.
Lado 2 – Podemos procurar conhecer quais as organizações ou pessoas e ações que mais trabalham em favor da Casa Comum. E que a nossa oração possa contemplar essas pessoas e seus projetos.
Oração – (Papa Francisco. Sintetizada).
Lado 1 – Deus do universo, Vós estais presente em todo o universo e na menor de vossas criaturas; Vós que envolveis com ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza do universo. Inundai-nos de vossa paz para vivermos como irmãos e irmãs, sem prejudicar a ninguém.
Lado 2 – Ó Pai dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra, tão caros aos vossos olhos. Cuidai de nossas vidas para que protejamos a terra sem depredá-la; que sejamos cultivadores de sua beleza.
Todos – Ensinai-nos a descobrir o valor da criação contemplando-a com encanto e reconhecendo que estamos a elas profundamente unidos… Obrigado por estardes sempre conosco, sustentando-nos na nossa luta pela justiça, o amor e a paz. Amém.
Pai Nosso…
*Elaborada, quanto possível, segundo os subsídios da Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina e do Caribe (CPAL).